Pierre-Auguste Renoir na casa Fournaise, em Chatou

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O charme dessa famosa « Guinguette » (cabaré típico dos subúrbios Parisienses com um restaurante e uma pista de dança ao ar livre) das margens do rio Sena atirou a atenção do pintor Pierre-Auguste Renoir. Sobre o terraço desse restaurante ele pintou o famoso Déjeuner des Canotier, em português, Almoço dos Canoeiros, no final do verão de 1880. Hoje esse famoso quadro faz parte da coleção “The Phillips Collection”, exposto no Museu de Washington. Atualmente, o museu da Casa Fournaise apresenta uma coleção de pinturas e arquivos sobre a história da casa e da Belle époque das margens do Sena.

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Lugar preferido de artistas e escritores

Claude Monet, Alfred sisley, Berthe Morisot, Edouard Manet, Camille Pissarro, Pierre Prins percorriam a ilha em busca da luz móvel sobre as águas trêmulas do rio. Lugar de eleição dos pintores impressionistas ávidos do ar livre; a ilha de Chatou foi igualmente muito frequentada por literários e boêmios da segunda metade do século XIX. Edgar Degas era amigo íntimo de Alphonsine Fournaise. Gustave Caillebotte adorava pintar as canoas que velejavam pelo Sena e Guy de Monpassant relatava o ambiente aconchegante da casa Fournaise que ele denominava “Le Restaurant Grillon” em suas novelas.

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A família Fournaise

Desde meados do século XIX a prática da canoagem estava em moda nos arredores de Paris. A atividade relaxava os parisienses estressados da agitada vida urbana.

Em 1857, o senhor Fournaise, carpinteiro de barcos, instalava o seu atelier enquanto sua esposa abria um restaurante. Madame Fournaise era uma ótima cozinheira e o senhor Fournaise organizava festas e esportes náuticos. Hyppholite-Alfonse, o filho, ajudava as damas a embarcarem enquanto Alphonsine, a filha e modelo dos pintores, se ocupava da recepção dos clientes.

Fechada em 1906 por Alphonsine (1846-1937), a casa foi se degradando com o tempo. Próxima à ruina, foi adquirida em 1979 pela cidade de Chatou, inscrita em 1982 no Inventário suplementar dos Monumentos históricos, depois restaurada pela prefeitura com ajuda do Estado, da Região, do Departamento e a ajuda de algumas associações. A casa encontrou sua vocação original desde 1990, quando um novo restaurante foi aberto em suas propriedades.

renoir_pere_fournaiseO Senhor Fournaise

(Alphonsine_Fournaise)Alphonsine Fournaise

(Alphonse_Fournaise)Alphonse Fournaise

Um Déjeuner à Washington

O quadro “Le Déjeuner des Canotiers” é mundialmente reconhecido como um chefe de obra do Impressionismo. Em 1924, Duncan Phillips e sua esposa Marjorie o adquirem para o primeiro museu privado americano de arte moderna, desde então o mundo inteiro se dirige à Washington para admirá-lo. Outros colecionadores o imitam: os Clark, no Instituto de Arte de Chicago, constituem a maior coleção de Renoir compreendendo o retrato d’Alphonse Fournaise e Le Pont de Chatou.

Renoir à Chatou

Renoir pintou mais de trinta telas que descrevem cenas de canoagem, de baile, da belle époque às margens do Sena em Chatou e seus arredores. De 1869 a 1884, ele foi o hóspede mais regular do restaurante, era ali que ele encontrava sua inspiração “J’étais toujours fourré chez Fournaise, j’y trouvais autant de superbes filles à peindre que je pouvais em désirer” (Renoir).

Em 1880 ele escreveu a um amigo: “Je suis retenu à Chatou à cause de mon tableau. Vous serez bien gentil de venir déjeuner. Vous ne regretterez pas votre voyage, c’est l’endroit le plus joli des alentours de Paris ». Ele adorava sempre voltar à Chatou e se deparar com as lembranças dos dias felizes que passava na casa dos Fournaise.

Fonte: Visita à casa Fournaise 11/11/2016

Texto e fotos: Andréa Rodrigues dos Santos Faugeras

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