O Castelo de Chenonceau no Vale do Loire é um lugar excepcional, pela sua concepção original, pela sua localização, pela riqueza da sua coleção e de sua decoração.
Propriedade da Coroa e depois residência real esse castelo foi amado, administrado e protegido por mulheres.
Para construir o Castelo de Chenonceau sobre o Rio Cher no século XVI, Thomas Bohier e sua mulher Katherine Briçonnet mandam demolir a antiga fortaleza medieval e o moinho que pertenciam à família Marques, conservando apenas a Torre dos Marques, restaurada no gosto do Renascimento. O pátio de entrada respeita o plano do antigo castelo medieval, cujos limites coincidem com os fossos. Ao lado da torre, subsiste ainda o antigo poço, ornamentado de uma quimera e de uma águia, emblema da família Marques.
A direita admira-se a antiga Torre dos Marques, vestígio do Castelo Medieval
O Castelo das Damas construído par Katherine Briçonnet, foi sucessivamente embelezado por Diana de Poitiers e Catharina de Medicis, a favorita e a esposa do rei Henrique II. Em seguida ele foi salvo dos rigores da Revolução Francesa por Madame Louise Dupin, mulher inteligente do Século das Luzes que mantém ali um salão literário que será frequentado por filósofos e escritores.
Quando avançamos em direção à entrada do castelo, nos deparamos com a monumental porta de entrada de época Francisco I, em madeira esculpida e pintada. Entramos à partir da sala de guardas e aí começamos a descobrir seus lindos espaços internos.
Monumental porta de entrada em madeira esculpida de época Francisco I
O castelo possui uma excepcional coleção de pinturas de grandes mestres como: Tintoreto, Nicolas Poussin, o Primatice, Van Loo entre outros. Maravilhosas tapeçarias de Flandres do século XVI também são encontradas.
No nível do térreo você descobre uma capela, o quarto de Diane de Poitiers, o Gabinete Verde de Catarina de Medicis, o quarto de Francisco I, o Salão Luis XIV, a Grande Galeria sobre o Rio Cher e as incríveis cozinhas construídas sobre os pilares da ponte.
No primeiro andar você admira o quarto das cinco rainhas, o quarto de Catarina de Medicis, a Galeria Medicis, entre outros. No último andar está o quarto de Luísa de Lorena.
Através de uma viagem na história Chenonceau revela seus segredos.
Um castelo visionário desde a Renascença até a Era do Iluminismo, Chenonceau alimentou constantemente a inovação, herdeiro dos maiores pensadores e filósofos do momento.
Quais foram as damas de Chenonceau?
Diana de Poitiers (1499 – 1566) – O rei Henrique II oferece Chenonceau em 1547 à sua favorita, Diana de Poitiers, que alia beleza, inteligência e sentido dos negócios… Os jardins que ela concebe para o castelo são dos mais espetaculares e modernos da época. Ela manda construir a célebre ponte sobre o rio Cher, que confere a Chenonceau a sua arquitetura única.
Catarina de Médicis (1519 – 1589) – Ao enviuvar de Henrique II, Catarina afasta Diana, torna os jardins ainda mais belos e continua as obras arquitetônicas. Manda construir uma galeria de dois andares sobre a ponte construída por Diana, para organizar festas sumptuosas. Como regente, Catarina dirige o reino a partir do seu gabinete verde, instala em Chenonceau o fausto italiano e instaura a autoridade do jovem monarca.
Luísa de Lorena (1553 – 1601) – Em 1589, após a morte do rei Henrique III, seu marido, Luísa de Lorena, retira-se em Chenonceau e veste-se de luto, de branco, como exige a etiqueta da corte. Esquecida de todos, mantém com dificuldade a vida de uma rainha viúva. Dedica o seu tempo à leitura, às obras de caridade e à oração. A sua morte marca o fim da presença real em Chenonceau.
Louise Dupin (1706 – 1799) – Mulher requintada, representante das luzes do século XVIII, imprime novo fausto ao castelo. Recebe no seu salão a elite dos escritores, poetas, cientistas e filósofos, como Montesquieu, Voltaire ou Rousseau. Protege Chenonceau com sensatez, salvando-o durante a Revolução francesa.
Marguerite Pelouze (1836 – 1902) – No século XIX, Marguerite, pertencente a uma família da burguesia industrial, decide em 1864 imprimir o seu gosto faustoso ao castelo e ao parque. Gasta uma fortuna no seu restauro, à semelhança do que tinha feito no seu tempo Diana de Poitiers. Um obscuro caso político leva-a à ruína. Chenonceau é vendido duas vezes até 1913.
Simonne Menier (1881 – 1972) – Durante a Primeira Guerra Mundial, longe das trincheiras, Chenonceau sofre os traumas da guerra. Simone Menier, enfermeira-chefe, administra o hospital instalado nas duas galerias do castelo, transformadas e equipadas por conta da sua família (proprietária dos chocolates Menier). Mais de 2000 feridos foram tratados em Chenonceau.
Além de sua arquitetura, seus móveis e suas coleções, o Castelo de Chenonceau tem jardins magníficos.
Sob o ímpeto de Catarina de Médici os jardins iniciais foram transformados a partir de 1547. Julgando o jardim indigno da corte, a rainha decide prosseguir com um projeto muito mais ambicioso. Readequou o Jardim de Diane de Poitiers, plantou muitas espécies na margem direita do Cher, protegendo da inundação do rio.
O que torna o jardim tão rico é sua geometria e as variedades que vão desde os canteiros de flores até as árvores frutíferas.
Como você pode ver, este Castelo no Vale do Loire é uma das joias da herança francesa, que respira em sua decoração a feminilidade, o refinamento e a determinação.
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Texto: Andréa Rodrigues dos Santos Faugeras
Fotos: François Faugeras
Fonte: https://www.chenonceau.com/
Visita pessoal do Castelo de Chenonceau em JUlho de 2018
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