Conhecido como o celeiro da região, o Planalto de Valensole se estende sobre 80 hectares essencialmente consagrados à cultura da lavanda e dos cereais. No decorrer das diferentes estações e com as mudanças de tempo, a paisagem evolui sendo decorada por uma grande variedade de cores.
Vista aérea do Planalto e do Burgo de Valensole (Fonte: Office de Tourisme de Valensole)
No mês de março, os cumes das montanhas dos alpes cobertos de neve contrastam com as amendoeiras em flores. Em julho, as centenas de tonalidades de azul das lavandas contrastam com o ouro dos cereais. Enfim, no outono, o amarelo ocre das terras preparadas para o cultivo, contrasta com a pureza do céu azul, típico, que acompanha quase todos os dias da Provença.
Campos de Lavandins e de Cereais no Planalto de Valensole
A paisagem que nos deixa maravilhados hoje, não foi sempre assim. No passado, o Planalto de Valensole era um grande campo de amendoeiras. No século XIX, numerosas famílias cultivavam esse fruto saboroso. Uma árvore poderia produzir sozinha até 35 quilos de amêndoas, colhidas à mão, até os anos de 1950.
Ao fundo se observam as grandes amendoeiras.
Hoje, o Planalto de Valensole é um dos polos mais importantes no cultivo da lavanda e do lavandin (seu híbrido natural oriundo do cruzamento de dois tipos de lavanda: a fina e a aspic).
Os romanos, presentes na região desde o ano 100 DC, já adoravam essa planta que perfumava os seus banhos e suas vestimentas.
Se a lavanda veio do Oeste da Bacia do Mediterrâneo, foi na região da Provença que ela elegeu domicílio, essas terras selvagens e banhadas pelo sol, oferecem a esta flor de múltiplas virtudes, tudo o que ela precisa para crescer e florir naturalmente.
Desde o século XIX, o cultivo se desenvolve e a produção francesa de óleos essenciais de lavanda fina está em pleno progresso. Desde os anos 1920 o Lavandin substituiu a lavanda tradicional pelo seu rendimento mais elevado e sua produção de essências dez vezes mais elevado.
Afinal, o que diferencia a lavanda e o lavandin?
Sempre utilizada pelas suas virtudes medicinais, a lavanda fina foi “o ouro azul da região”. Ela era procurada pelos maiores perfumistas pela sua fragrância delicada. São necessários 130 quilos de suas flores para obter 1 litro de óleo essencial (25 litros são produzidos em um hectare). A lavanda aspic cresce nas terras de Garrigue (constituída por arbustos, maquis e gramíneas) entre 0 e 600 metros de altitude. Ela é utilizada na Espanha e Portugal como diluente para as pinturas à óleo sobre porcelana.
Enfim, o lavandin, mais resistente, cresce entre 0 e 800 metros de altitude, em todas as partes do mundo onde é cultivado e é um híbrido entre as lavandas finas e aspic.
Começou a ser cultivado a partir dos anos de 1950. Ele é muitas vezes confundido com a lavanda fina, mas é um erro pois o seu perfume é mais forte, menos sutil e inutilizável para fins medicinais. Ele é utilizado para os tradicionais sachets de lavanda e para a produção do óleo essencial. Cada 40 quilos de flores produzem um litro de óleo de lavandin.
Não tentem encontrar a diferença ao visitar um campo de lavandas que você não vai encontrar.
Lavanda, com as suas diferentes variedades, é uma planta apícola (propícia à produção de mel), muito popular entre as abelhas. Os apicultores a apreciam porque esta planta, tem a particularidade de produzir um néctar bastante abundante, que origina um mel monofloral, amarelo pálido, muito perfumado, produzido em grandes quantidades. Sua cristalização muito fina o torna um produto de qualidade, altamente apreciado pelos chefes.
Antes de entrar em um campo de lavandas, lembre-se que você está penetrando na casa das abelhas. Tem que pedir licença!
Além das lavandas outras flores como os girassóis e essas flores rosas (como mostradas na foto) são muito comuns no Planalto.
A paisagem do Planalto é de tirar o fôlego. Você aprecia lindos campos de lavandas, usufrui a vista dos Alpes no Horizonte, respira um ar perfumado pelas lavandas e ainda admira vilarejos de charme.
Vista da Barragem do Lago de Sainte Croix, avistamos o charmoso vilarejo de Sainte-Croix du Verson.
Aprofunde os seus conhecimentos lendo o post: Valensole: na rota da lavanda
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Texto: Andréa R. S. Faugeras
Fotos: François Faugeras
Fonte:
Visita pessoal do Planalto de Valensole em Junho de 2018
Material publicitário da Secretaria de turismo do vilarejo de Valensole.
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