No Parque Natural Regional do Vale de Chevreuse está o vilarejo de Dampierre-em-Yvelines. Antes de tudo, o vilarejo se destaca pela presença do castelo construído pelo arquiteto Jules Hardouin Mansart no século XVII. Situado no coração do vilarejo, o castelo é uma propriedade privada cujos jardins estão abertos ao público desde março de 2019. Falaremos dele adiante com mais detalhes.
Fachada do lado jardin do Castelo de Dampierres. Foto: François Faugeras para @visitasguiadasemparis
Ao flanar pela Grande Rua do vilarejo, não tem como não se encantar com as suas charmosas residências antigas. O que também não falta por aqui são restaurantes de ótima qualidade espalhados pela sua rua principal. Dampierre é um ponto de encontro de motoqueiros nos finais de semana; por isso, não dá para dormir no ponto, ao contrário você terá dificuldades para encontrar uma mesa disponível.
O restaurante é dirigido pelo chefe Christophe Blot, estrela Michelin há mais ou menos 30 anos. Acompanhado da esposa, ele oferece uma cozinha requintada em um antigo albergue do século XVII, em frente ao Chateau de Dampierre. Fotos: François Faugeras para @visitasguiadasemparis
Que tal conhecer a linda igrejinha do vilarejo?
A igreja Saint-Pierre-Saint-Germain, de estilo gótico, foi construída no século XIII. Porém, o alargamento da estrada no século XIX exigiu a destruição de parte do monumento. A igreja perdeu duas absides1 que compunham o altar litúrgico. A entrada se faz pelo Campanário, considerado um dos elementos remarcaveis de sua arquitetura. No interior encontramos diferentes objetos religiosos de extrema beleza como : uma virgem e o menino em mármore branco do Segundo Império, um banco esculpido do início do século XVIII decorado com os atributos do santo padroeiro, as chaves, e também com as iniciais do apóstolo sobre o assento.
Ruela que nos leva até a igreja São Pedro – São Germano. A igrejinha em estilo gotico é do século XVIII.
Fotos: François Faugeras para @visitasguiadasemparis
Aspecto do interior da igreja São Pedro – São Germano. Fotos: François Faugeras para @visitasguiadasemparis
O belíssimo Castelo de Dampierre.
Construído em arenito e tijolinho à vista em 1749, o castelo de Dampierre é uma obra arquitetônica por si só. Em uma área de 374 hectares encontramos o castelo, jardins alternados, espelhos de água (bacias) e florestas tricentenárias.
Grandes perspectivas parecem se abrir ao céu, numerosas bacias e um esplêndido jardim que domina a paisagem. Aqui, a sombra de André le Notre paira no ar, pois os jardins de Dampierre é mais uma das obras de arte do famoso jardineiro de Luis XIV. Enquanto que o edifício, de majestosa silhueta que reflete nas águas, é obra do primeiro arquiteto do rei, Jules Hardouin Mansart.
Ao atravessar a grade de entrada, nos deparamos com um pequeno pátio de honra. O acesso ao castelo se faz à partir de uma entrada ladeada por lanternas de bronze que representam as Vestais, sacerdotisas que cultuavam a deusa romana Vesta (Deusa que personifica o fogo sagrado). No momento o castelo passa por importantes restaurações e está fechado ao público.
Fachada principal do Castelo de Dampierre com vista para a cidade. Foto: @visitasguiadasemparis
Uma caleche (carruagem) te leva à floresta para descobrir a natureza exuberante. Foto: @visitasguiadasemparis
Na foto não avistamos mas aqui, no pátio do castelo, em um terraço protegido pelas arcadas, uma sala de chá recebe você com uma bebida, um almoço ou um lanche durante o horário de funcionamento da propriedade. Foto: @visitasguiadasemparis
É possível alugar quadrículos para a descoberta dos jardins. Foto: @visitasguiadasemparis
A arquitetura externa é de arenito e tijolos à vista. Foto: @visitasguiadasemparis
Vale lembrar que esse quadro idílico já serviu de cenário de filmes históricos como « Maria Antonieta » de Sofia Copola, « Ridiculo » de Patrice Leconte, entre outros.
Do lado dos jardins, é como se o tempo tivesse parado. A tranquilidade reina e muitas vezes ouvimos somente o delicado barulho das asas dos pássaros, principalmente os « Bernache du Canadá » « Ganso-do-Canadá ».
Vista do castelo à partir do canal construído por André-le-Nôtre
Os gansos do Canadá em voo. Essas aves voam sempre em grandes bandos em forma de V. Quando migram, podem fazer mais de 1.000 km em um dia. São companheiros por toda a vida, mas se o parceiro morre, ele encontrará um outro parceiro para seguir a vida. (Fotos F. Faugeras para @visitasguiadasemparis)
Os reis Louis XIII, XIV e XV fizeram estadias regulares em Dampierre, no coração do vale de Chevreuse, rico em caça. No grande parque, a natureza exuberante domina. A antiga reserva de caça ainda abriga uma grande fauna. Uma vegetação abundante com pântanos e carvalhos altos fazem a alegria de javalis, gamos em francês Daim (parecidos com veados) e faisões.
Aspectos da paisagem do entorno próximo ao castelo. Foto: @visitasguiadasemparis
Para escapar da Corte de tempos em tempos, a rainha Maria Leczinska se refugiava aqui, na casa da sua primeira dama de honra. Para a rainha, Dampierre constrói a sua Orangerie, um edifício fechado, com grandes janelas e um sistema de aquecimento. Nesse local, durante o inverno, as frutas cítricas e outras plantas que temiam a geada eram plantadas em grandes vasos.
Enquanto a Revolução ruge, quando a guilhotina esquenta e a massa da nobreza parte em exílio, o Duque de Luynes, protegido pelos aldeões, escapa da morte.
O duque de Luynes, o favorito do rei Luís XIII
Charles de Albert, 34 anos, ainda é lorde de Luynes quando conhece o pequeno Louis. Ele compartilha com o futuro rei sua paixão pela caça. Um testemunho da forte amizade é uma sala do castelo dedicada apenas à memória de Luís XIII. Inscrito em latim, um lema: “Eu irei lá onde o dever e a glória do rei me chamam”. Sem móveis, sem pintura. Apenas uma estátua de prata no centro da sala, representando o monarca.
Alguns historiadores brincam dizendo que o rei era mais próximo do duque de Luynes que da esposa, a Rainha Ana da Áustria. Após 20 anos de casamento o rei ainda não tem um herdeiro do trono! Diziam as más línguas que o Duque havia mesmo levado o rei diante da porta da rainha para que ele a fizesse um filho, o futuro Luís XIV. O duque igualmente ajudou Luís XIII, que tinha um temperamento tímido e reservado, a se livrar da mãe abusiva que o dominava.
Incrível perspectiva que continua do outro lado, no pátio de honra do castelo. Típica na arquitetura francesa. Foto: @visitasguiadasemparis
Os jardins e o parque
Os jardins atuais de Dampierre, com a sua organização espacial em torno do castelo, foram pensados no século XVII, quando da construção do castelo. Uma imponente escadaria se abre sobre o eixo da perspectiva e permite o acesso aos jardins à partir do castelo.
O traçado dos jardins é atribuído a André le Notre e se articula em torno de uma perspectiva axial. O jardim é composto por Canteiros, em francês parterres, bacias, um grande canal e várias trilhas para caminhada em meio ao parque. Os gansos do Canadá são omnipresentes nos jardins. Uma novidade é o passeio de Caleche (carruagem puxada por cavalos) que te leva em meio à floresta. Você pode ser surpreendido com a presença de animais selvagens como o javali, o veado e outros.
Ao fundo, transição entre o Jardin à la Française e a floresta. Foto: @visitasguiadasemparis
Vasos,estátuas, fontes, bacias e bosques são típicos dos jardins à la française. Foto: @visitasguiadasemparis
Fachada do lado jardim. Foto: @visitasguiadasemparis
Ao fundo, a floresta do Parque Natural de Chevreuse. Foto: @visitasguiadasemparis
E quem não gosta de estar em contato com a natureza nao é mesmo! Foto: @visitasguiadasemparis
Entre em em contato conosco que organizamos a sua visita ao vilarejo e aos jardins do Castelo de Dampierre. Em cada estação você vai admirar uma beleza diferente.
Texto: Andréa R. S. Faugeras
Fotos: François Faugeras para @visitasguiadasemparis
Fonte:
Visita pessoal do Castelo de Dampierre em 2019.
Material publicitário do castelo.
Sites consultados:
http://www.epvc.fr/clochers/dampierre
http://www.mairie-dampierre-yvelines.fr/tourisme-patrimoine.aspx
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