Bem-vindos ao mundo de Claude Monet, pintor e jardineiro. Durante mais de quarenta anos, até a sua morte em 1926, Giverny foi a sua residência, seu lugar de criação e sua obra. Mundo dos sentidos, de cores e lembranças, a casa onde o artista viveu com sua família abriga o seu salão-atelier e a sua magnífica coleção de estampas japonesas. Os jardins são compostos pelo “Clos Normand”, o jardim de flores e o jardim das águas, cultivado com vegetais orientais, salgueiros-chorão, a linda ponte japonesa pintada em verde e as ninfeias ou nenúfares.
O Atelier das Ninfeias
A boutique da Fundação Claude Monet está situada no grande atelier que o pintor utilizou para pintar as ninfeias, enormes quadros que hoje estão no Museu de Orangerie. Em uma superfície de 300 m2, os visitantes podem comprar objetos com os temas dos jardins e das obras de Monet.
O Clos Normand ou jardim de flores
Quando Monet se instala em Giverny, a grande residência possuía um jardim de um hectare com macieiras e uma horta. Um grande corredor bordejante de ciprestes e abetos levavam até a porta de entrada. Encantado com o jardim, o pintor-jardineiro começou rapidamente a aperfeiçoar o “Clos Normand” transformando-o no jardim colorido de seus sonhos. As macieiras foram substituídas por cerejeiras e damascos do Japão e numerosas variedades de flores foram plantadas.
O jardim das águas
Monet sempre foi fascinado pelo jogo de luzes e reflexos sobre a água. Suas numerosas telas pintadas no seu atelier flutuante em Argenteuil (sua residência anterior) mostram sua fascinação pelos reflexos invertidos no espelho de água. Em 1893, ele compra outro terreno situado ao fundo do seu jardim, no outro lado da estrada de ferro, e cria o seu jardim das águas aproveitando-se da presença de um pequeno córrego.
No centro ele constrói uma pequena ponte japonesa, certamente inspirada de uma de suas estampas, e a pinta de verde para se destacar em relação ao tradicional vermelho utilizado no Japão. A atmosfera oriental é restituída pela escolha dos vegetais, como o bambu, o ginko biloba e outras plantas delicadamente escolhidas e que enquadram o pequeno lago. Enfim, ele planta inúmeras ninfeias na extremidade do lago.
O pintor se orgulhava de seu jardim das águas e adorava receber seus convidados ali. Um jardineiro se ocupava do jardim o tempo todo mantendo-o numa beleza perfeita.
Em 1897 ele começa a pintar as ninfeias, uma de suas maiores obras de arte, assim ele impulsiona a pintura nos limites da arte abstrata, onde a vibração da cor é suficiente para anunciar um mundo de sensações e emoções. Hoje as ninfeias podem ser admiradas no Museu de Orangerie e em outros museus do mundo.
A casa de Monet
Ao entrar na casa de Monet, você é convidado a voltar no tempo e imaginar o barulho de oito crianças, as idas e vindas de Monet do seu atelier, do jardim; a atmosfera que reinava na cozinha de manhã quando os legumes chegavam frescos da hora, o retorno do mercado e a chegada de amigos que vinham de Paris.
Vamos conhecer cada um de seus cômodos?
A visita começa no piso-térreo. Passamos inicialmente pela sala de leitura, chamada « Pequena sala azul », que comunica com a sala de mantimentos. Em seguida, entramos no primeiro atelier do artista, onde ele trabalhava até 1899, reconstituída em 2011 no estilo da época. Mas de sessenta réplicas de seus quadros decoram o ambiente e 90% do mobiliário são da época.
Uma escada leva ao andar que distribui os apartamentos privados. Primeiro, descobrimos o quarto de Monet, restaurado em 2013. Objetos e obra picturais estão presentes no quarto, incluindo reproduções de quadros de seus amigos: Cezanne, Renoir, Signac e Caillebote.
A visita continua, é possível ver o banheiro e um pequeno quarto de costura onde Alice, sua esposa, adorava ficar. O último quarto é aquele de Blanche Hoschedé-Monet, modelo e nora do pintor que viveu em Giverny até a sua morte em 1947.
Descendo ao piso térreo encontramos a sala de jantar e a cozinha. A primeira foi restaurada conservando os detalhes da antiga casa. Sobre as paredes amarelas, nós podemos admirar a coleção de estampas japonesas. Os móveis pintados em amarelo eram modernos para a época. Na cristaleira, admiramos as louças em porcelana azul e os talheres em amarelo e azul, destinados para os jantares de festa.
Na cozinha, decorada com azulejos azuis de Rouen, o imenso fogão com inúmeras bocas e fornos e os utensílios de couro parecem esperar o retorno dos proprietários.
É realmente um privilégio poder desfrutar desse ambiente e admirar a beleza dos jardins de Claude Monet.
Fonte: Site da Fundação Claude Monet e visita aos jardins de Monet.
Texto e fotos: Andréa Rodrigues dos Santos
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